
Felipe V. Almeida
Escritor e idealizador do Pantagruelista.
Ao longo dos anos me embrenhei em diversas explorações, da literatura à tradução, de concursos literários ao papel de editor. O Pantagruelista surgiu como uma forma de compartilhar de forma despretensiosa aquilo que ia me intrigando e se tornou parte integral do meu processo de escrita e pensamento.
Com minhas atuais limitações de tempo e outros projetos em andamento, o Pantagruelista agora se abre à participação de outras pessoas na expectativa de construirmos aos poucos uma comunidade de gente que lê, que escreve e que, nas palavras de Ernest Becker, vive representando o sentido da vida.
Publicações externas e premiações
3º lugar, modalidade nacional, conto - 13º Concurso Literário Mario Quintana SINTRAJUFE (2017).
“A piedade que senti” – Coletânea “O verbo em nós” (2017), organização de Caio Riter.
“Corpos e costumes, riquezas dos povos. Marcel Mauss sob o olhar de Lévi-Strauss” – Letras In.Verso e Re.Verso
Pantagruelista, por quê?
Os rumos do que vai nesse site se baseiam no pantagruelismo, a filosofia que François Rabelais desenvolveu ao longo dos livros que contam a história dos personagens Gargântua e Pantagruel.
Para definir o Pantagruelismo, recorro às palavras da brilhante tradutora da obra para o português, Élide Valarini Oliver:
“O Pantagruelismo é a filosofia rabelaisiana baseada nos valores humanistas, na mediocritas, mediania, no equilíbrio entre mente e corpo, na liberação do espírito contra os rigores do fanatismo e da ignorância, sobretudo sob a forma do caldo de cultura restante dos valores religiosos da Idade Média, simbolizados pela estreiteza moral, espiritual e intelectual da vida, por exemplo nos conventos. Como proposição para uma maneira de viver a vida, essa filosofia rabelaisiana irá refinar-se ao longo da série posterior de sua obra, sobretudo no Terceiro e no Quarto Livro, onde o Pantagruelismo aspira a uma weltanschauung que implica valores éticos e intelectuais. Aqui, ao início da obra, ela adquire um caráter de liberação de amarras. Gargantua é uma obra que se propõe cômica e séria, onde o tom jocoso — como o do Prólogo — muitas vezes colide com a radicalidade da proposição humanista, articulada na utopia da Abadia de Thélème; onde a sátira busca dilapidar e o humanismo a construir.”
RABELAIS, François. Primeiro Livro: a vida muito horrífica do grande Gargantua, pai de Pantagruel. Tradução, introdução, notas e comentários de Élide Valarini Oliver. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2021, p. 54, n. 22.