A Manipulação, a Sedução e a Dominação em Kant e Descartes: Embate entre a Paixão e a Razão sob a perspectiva da filosofia moderna
Escrito por Filipi Adriano
A história da filosofia, bem como a da literatura, pode ser interpretada como um laborioso duelo entre a razão e seus demônios. E, como todo bom duelo, há sempre algo de teatral na forma como esse litígio se desenrola: ora tragédia, ora comédia, ora ardil. Apesar da luz cartesiana da clareza ou do esclarecimento kantiano, o palco não se ilumina por inteiro – pois tais luzes, ao penetrarem nas frestas mais remotas da alma humana, acabam por se enredar nos mesmos devaneios que alimentam as paixões e os estratagemas contidos nas epístolas do romance satírico do século XVIII, de autoria de Chordelos De Laclos, As Ligações Perigosas¹*.
Neste breve ensaio pretende-se analisar, a partir do escopo conceitual e teórico dos filósofos René Descartes e Immanuel Kant, o entrelaçamento ambíguo entre os personagens principais do romance que, mesmo na condição de vilões, – seja por suas ações polêmicas ou por suas capacidades de seduzir e ludibriar outros personagens – conseguem cativar os leitores que, por seu turno, deleitam-se com toda a patifaria e soberba dessas figuras, que se comportam de forma contraditória em relação às suas elucubrações internas – mas nem por isso inconciliáveis do ponto de vista filosófico e pragmático. Por mais irônico que seja conceber um vínculo entre razão e paixão, como cúmplices ou aliados, mas, talvez, seja justamente essa aliança desconfortável que torna os seres humanos tão irremediavelmente insensatos e fascinantes – ou, apenas, humanos do ponto de vista antropológico.
No romance, a Marquesa de Merteuil, revela-se como grande estrategista, rasgando qualquer ilusão moral acerca da natureza humana. O que ela nos revela não é somente sua alma corrompida, mas, também – de suma importância aqui –, sua inteligência maquiavélica que instrumentaliza a razão se despindo de qualquer escrúpulo. Absolutamente nada escapa de seu controle: seu sorriso é uma máscara; suas lágrimas, um recurso apelativo; o amor, um jogo de poder e sedução; a paixão, uma fraqueza – a ser explorada nos outros e reprimida em si; cada um desses devaneios, uma engrenagem, e a união de todas essas engrenagens uma máquina de dominação.
“[...]enquanto julgavam-me estouvada ou distraída, pouco atenta, é verdade, aos discursos que insistiam em me fazer, prestava muita atenção nos que tentavam me ocultar [...] Essa conveniente curiosidade, enquanto servia para me instruir, ensinou-se também a dissimular: não raro obrigada a ocultar os objetos de minha atenção aos olhos dos que me rodeavam, procurava dirigir os meus próprios como bem queria; aprendi então a adotar quando convém esse olhar distraído que você tantas vezes elogiou. Encorajada por esse primeiro êxito, tratei de controlar da mesma forma os vários movimentos de minha fisionomia. Se sentia alguma tristeza, esforçava-me para assumir um ar de serenidade, ou até de alegria; levei o zelo a ponto de provocar-me dores voluntárias para então buscar a expressão de prazer. Exercitei-me com igual cuidado, e mais esforço, em reprimir os sintomas de uma alegria inesperada. Foi assim que aprendi a ter, sobre minha fisionomia, esse domínio com que às vezes o vi surpreso.²”
A Marquesa de Merteuil deve ter lido As Paixões da Alma³ de Descartes – ao menos o engenhoso Laclos o leu e se inspirou. Percebemos, na marquesa, a personagem não é dotada apenas de uma inteligência diabólica, mas também podemos considerá-la uma PhD nos assuntos da alma – uma médica legista do desejo que, ao manipular o outro com precisão cirúrgica, opera em conformidade com o princípio cartesiano que sustenta uma certa causalidade entre corpo e mente. Se Descartes buscava compreender o entrelaçamento entre os movimentos fisiológicos e as emoções da alma, Merteuil parece levar essa compreensão ao seu extremo: domina as paixões alheias porque conhece, com precisão, os sinais exteriores, as reações fisiológicas, os reflexos e os atos falhos que denunciam o outro – e, ao mesmo tempo, ela é capaz de ocultar seus próprios sinais com a destreza de quem sabe, como bem admoesta Descartes, que "se pode usá-los tanto para dissimular as paixões como para dar a conhecê-las" (Descartes, Artigo 113).
Assim como Descartes elenca seis paixões primitivas – admiração, amor, ódio, desejo, alegria e tristeza –, no romance constatamos que a Marquesa é hábil em aplicar – ou mesmo dissimular – todas essas paixões na prática. Ela as manipula como se fossem as peças de um jogo de xadrez, dispondo-as de forma meticulosa no tabuleiro das paixões, evitando perdas desnecessárias e indo ao encontro do xeque-mate com a sutileza de uma falsária que, com sua estratégia aviltante, imita com perfeição o artista e engana os espectadores que aplaudem o espetáculo sem se darem conta de que foram enganados. Interessa-nos aqui, sobretudo, aquelas paixões que ela instrumentaliza em seus jogos de poder e sedução.
A admiração, por exemplo, é descrita por Descartes como “uma súbita surpresa da alma, que a faz aplicar-se em considerar com atenção os objetos que parecem raros e extraordinários” (Descartes, 1998, Artigo 70). No romance a Marquesa, torna-se aquela que provoca esse estado nos outros – empregando seu mistério e beleza como uma serpente perigosa e sedutora – ela incita em suas vítimas um estado de suspensão da crítica, uma espécie paradoxal de falência da faculdade do juízo que antecede a entrega. Ao provocar a admiração, ela inocula o veneno do desejo e conduz a alma de suas vítimas à paralisia, por seu turno estas perdem-se na excepcionalidade que a marquesa representa.
Contudo Descartes nos avisa que: “a utilidade de todas as paixões consiste apenas em que elas fortalecem e fazem perdurar na alma pensamentos que é bom ela conservar [...]; todo o mal que elas podem causar consiste em que [...] conservam outros nos quais não é bom deter-se” (Descartes, 1998, Artigo 74). A Marquesa domina, justamente, porque sabe incitar e nutrir a permanência de certos pensamentos em suas vítimas – pensamentos erráticos, idealizações equivocadas, falsas esperanças – enquanto ela própria se mantém fria, distante, calculista, intocada por aquelas mesmas emoções que inflama nos outros.
O amor, na visão cartesiana, é uma emoção da alma “que a incita a unir-se voluntariamente aos objetos que lhe parecem ser convenientes” (Descartes, 1998, Artigo 79), e possui uma dupla dicotomia: o amor de benevolência e o amor de concupiscência (DESCARTES, 1998, Artigo 82). Merteuil, a despeito de representar-se com uma aparência doce e afetuosa, não sente, de fato, amor com benevolência. Ela ama – se é que podemos afirmar que sente algo do tipo – como quem deseja consumir, dispor e instrumentalizar suas vítimas como meros objetos do desejo. Seduz porque conhece os limites do desejo, e deseja porque conhece as limitações do que seduz.
René Magritte, Os Amantes, 1928
O desejo, para Descartes, é “uma agitação da alma [...] que a dispõe a querer para o futuro as coisas que ela se representa como convenientes” (Descartes, 1998, Artigo 86). E mais: ele nasce do agrado – ou seja, da percepção de algo como o bem supremo, como a outra metade que nos completaria. “...nos consideremos como defeituosos e como se fôssemos apenas a metade de um todo... [...] esse desejo que nasce assim do agrado é chamado pelo nome de amor...” (DESCARTES, 1998, Artigo 90). A marquesa, por sua vez, opera como catalisadora dessa ilusão de completude: ela se oferece como enigma, como a metade faltante, como resposta desejável ao enigma – mas apenas para manipular a direção do desejo alheio e alimentar o próprio desejo, que no seu caso é o de dominar e submeter o outro a seu bel-prazer.
Não bastasse isso, ela domina com o corpo. Os sinais exteriores das paixões, tratados por Descartes nos artigos 112 a 114, são em si mesmos ferramentas de controle: “todas as ações, tanto do rosto como dos olhos, podem ser mudadas pela alma [...] se pode usá-las tanto para dissimular as paixões como para dar a conhecê-las” (Descartes, 1998, Artigo 113 A Marquesa, como ela mesma declara, treinou-se desde jovem a disfarçar emoções e simular outras. Aprendeu a enrubescer quando desejava inspirar ternura, a empalidecer quando queria parecer ofendida, a rir sem alegria, a chorar sem dor. “Levei o zelo a ponto de provocar-me dores voluntárias para então buscar a expressão de prazer”⁴, confessa ela – e Descartes a explicaria: essas mudanças “vêm mais imediatamente do coração, que pode ser chamado de fonte das paixões [...]” (Descartes, 1998, Artigo 114).
Até mesmo a languidez, descrita por Descartes nos artigos 119 e 120, tem função estratégica na marquesa. Ela se deixa parecer cansada, vulnerável, entregue – não porque o esteja de fato, mas porque sabe que essa aparência enfraquece o outro, faz nascer nele a compaixão, o impulso de proteção, que é uma forma sutil de sujeição. A tristeza, como afirma Descartes, é “mais necessária do que a alegria” porque “é mais importante afastar as coisas que prejudicam [...] do que adquirir as que acrescentam alguma perfeição sem a qual podemos sobreviver” (Descartes, 1998, Artigo 137). Assim, Merteuil afasta os perigos, antecipa as dores, converte a dor em máscara e a máscara em poder.
A operação da marquesa é, portanto, de ordem cartesiana, quiçá cirúrgica!: ela calcula, disseca, racionaliza a emoção. A dominação que exerce não é obra do acaso, mas o resultado de um método – um método que, embora perverso, reflete com exatidão as possibilidades abertas pela filosofia das paixões de Descartes. Nela, razão e paixão não se opõem como antagonistas, mas se enlaçam como cúmplices cínicos: a razão governa as paixões não para extingui-las, mas para usá-las como instrumentos de ação – ou, em seu caso, de manipulação, sedução e dominação. Se, no final de As Paixões da Alma, Descartes tenta reconciliar liberdade e emoção sob o domínio da vontade esclarecida (Descartes, 1998, Artigos 138, 139 e 211), o que vemos na Marquesa de Merteuil é a encarnação sombria dessa mesma proposta: não uma alma livre das paixões, mas uma alma capaz governá-las – e, em certa medida, capaz governar os outros.
Já na Antropologia do Ponto de Vista Pragmático, Kant jamais conceberia tal distorção. Uma vez que, para ele, a razão está a serviço da moralidade prática – há um tribunal interno que julga as inclinações. Ainda que reconheça, com um certo realismo resignado, que “a inclinação que o sujeito dificilmente pode dominar, ou não pode dominar de modo algum, é paixão”, Kant sustenta que o homem, enquanto ser finito e livre, deve elevar-se acima de suas próprias inclinações. O que está em jogo, para ele, não é o controle das emoções por astúcia, mas sua subordinação a uma vontade boa em si. A Marquesa de Merteuil, no entanto, é tudo o que Kant reprova: a razão desprovida de dever, a liberdade sem imperativo. Em sua carta, ela não apenas domina os próprios afetos – ela os simula, os fabrica, os administra a seu bel-prazer, como um banqueiro especulando com o capital alheio. Kant queria uma razão legisladora; Merteuil nos dá uma razão estrategista. A diferença é sutil, mas devastadora. (Kant, 2006, p. 139) & (Borges, 2018, p. 12-13)
Kant classifica as paixões como algo completamente nefasto, comparando-as a um câncer, e defende que devem ser “extirpadas”. Em contrapartida, as afecções, por serem espécies de “inclinações naturais” dos indivíduos, são consideradas como uma fraqueza em relação à razão. Diferentemente das paixões, que podemos considerar como uma cegueira irreversível, as afecções são como uma doença tratável, uma espécie de ‘miopia’ que pode ser corrigida com o emprego de lentes divergentes, fazendo com que o indivíduo volte a enxergar os objetos sob a égide da razão e, portanto, não seria sensato eliminar as afecções, dada a possibilidade de cura. A Marquesa, na Carta 81, debocha do Visconde de Valmont justamente porque o julga doente – não de uma doença incurável como a paixão, mas de uma enfermidade patética e rasteira, uma espécie de afecção mal administrada. Ela se coloca, assim, não como alguém que partilha do mesmo mal, mas como quem já transcendeu a condição de paciente: ela é a médica, a anatomista da alma alheia. A carta é, por seu turno, um prontuário clínico travestido de confissão. Merteuil ao proceder a anamnese de Valmont, ela o diagnostica, não com empatia, mas com escárnio; ela não busca curá-lo, e sim expor sua fragilidade como quem expõe uma infecção, em uma placa de petri, sob a luz fria de um laboratório. Nesse jogo perverso, a lucidez de Merteuil não é terapêutica – é cirúrgica. Ela opera com precisão cartesiana, mas com intenções completamente divorciadas do imperativo categórico kantiano. Sua razão não serve à moralidade, como em Kant, nem à conservação, como em Descartes: serve apenas à eficácia de sua performance quando sobe ao palco das emoções. Ao escrever a carta, ela escreve também um tratado de patologia social onde as paixões dos homens são analisadas, dissecadas e descartadas como tumores benignos demais para serem levados a sério. A Carta 81, assim, não é apenas o diagnóstico da decadência de Valmont, mas a certidão de óbito de qualquer ideal de sentimento autêntico. (Kant, 2006, p. 163-164) & (Borges, 2018, p. 14-15)
À época de Laclos escreve seu romance A paixão é moralmente reprovável, nos moldes como Kant estabelece, pois tem o poder de cegar a razão. É uma força oculta que envolve e faz os indivíduos perderem o rumo. A paixão é um desejo intenso que cria uma urgência capaz de dissolver as barreiras racionais e éticas. Quando os indivíduos estão sob o efeito de uma paixão, passam a acreditar que o delírio do momentâneo deva se estender ad eternum, mesmo sabendo “que a razão não cessa de convocar a liberdade interna, então o infeliz suspira em seus grilhões, dos quais, entretanto, não se pode arrancar, porque estão, por assim dizer, intimamente atados a seus próprios membros” (Kant, 2006, p. 164).
René Descartes, com uma perspectiva diversa da de Kant no paralaxe das paixões, por seu turno, vislumbra, no gesto da Marquesa de Merteuil, algo muito mais ambíguo. Como ele alega: “A função de todas as paixões consiste em incitar e dispor a alma a querer as coisas que a natureza dita como úteis para a conservação do corpo e, por consequência, também da alma, visto que ela depende do corpo”. A paixão, para Descartes, é uma reação natural, útil, fisiológica. Não há culpa em sentir; há prudência em saber sentir. E, sobretudo, em aprender a governar o que sentimos. Para isso, ele confia na vontade, “tão livre por natureza”, que pode, com esforço e hábito, resistir até aos afetos mais violentos. (Descartes, 1998, Artigo 52)
Contrário a Descartes, Kant acredita que as paixões encontram-se na esfera da ausência de autodomínio (exercício da razão) em relação ao objeto do desejo. Podemos considerá-las uma espécie de ‘inclinação cega’ do sujeito dirigida a um objeto determinado, enquanto as afecções se relacionam com os sentimentos de prazer e desprazer que dominam o sujeito e o fazem agir sem um filtro racional, direcionando-se à satisfação imediatista (gozo) ou evitando a dor (medo). (Kant, 2006, p. 149-150) & (Borges, 2018, p. 12-13)
Ainda o que Descartes chama de controle, Merteuil eleva a um novo patamar: não há mais apenas resistência – há uma verdadeira arte de mentir a si e ao outro. Se Descartes fala de um corpo que afeta a alma, Merteuil encena uma alma que manipula o corpo com o intuito de manipular outros corpos. A alma cartesiana é racional e clara; a dela, cínica e obscura. Ainda assim, há um estranho parentesco entre os dois: ambos acreditam que a paixão pode ser usada – Descartes com ética, Merteuil com manipulação eficaz.
Diante disso, o que se rompe não é apenas a harmonia entre razão e emoção, mas a própria ideia de que haja uma verdade interna a ser revelada. O que a Marquesa encena é a falência dessa interioridade: a emoção torna-se performance, a razão, roteiro. Sua carta é a refutação viva da autenticidade que tanto Kant quanto Descartes tomam por pressuposta.
Laclos constrói sua narrativa, que atravessa a filosofia moderna em uma espécie de dilema ocultado a intenção real de seus personagens com máscaras: Kant quer arrancá-las pela moral, Descartes deseja educá-las pela reflexão, Merteuil coleciona-as como cartas na manga. No fundo, cada um oferece uma metafísica distinta para administrar as emoções: Kant acredita na transparência da intenção de cada ação dos sujeitos, Descartes, na clareza da função mecânica expressada involuntariamente pelos corpos dos sujeitos, Merteuil, no poder da dissimulação para manipular os corpos que a cercam.
E é por isso que a carta 81 permanece inquietante: porque nos obriga a perguntar não apenas se devemos controlar as emoções – mas se algum dia fomos suficientemente verdadeiros ao senti-las. Diante dela, os tratados de ética perdem o fôlego, e a filosofia se vê forçada a admitir que, em certos corações, a lucidez não é virtude – é veneno capaz de levar ao óbito a razão. Em Ligações Perigosas, contrariando Descartes e Kant, a razão não é antídoto para as paixões – ela é cúmplice. Uma cúmplice distante, calculista, operando nos bastidores da linguagem, onde o outro é apenas instrumento. Laclos não escreve um tratado ético, embora, ainda assim, nos mostre algo que vai além do idealizado hipotético acerca de “como agir”: ele desnuda – ou melhor, espelha – adequadamente, como realmente os seres humanos agem em sociedade. E, refletidos nesse espelho, Kant e Descartes são desfigurados.
Escrito por
Filipi Adriano
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NOTAS DE RODAPÉ
¹ LACLOS, Choderlos de. As relações perigosas. 1ª ed. São Paulo-SP: Penguin Companhia das Letras, 2012.
*Muito embora a tradutora da obra consultada tenha optado por traduzir do francês o termo “liaisons” por “relações”, neste ensaio eu optei por utilizar - assim como em diversas outras traduções existentes da obra em português - o termo “ligações”, tendo em vista ser, digamos, mais universalmente conhecido pelos leitores da obra em língua portuguesa.
² LACLOS, As relações perigosas, 2012, carta 81.
³ DESCARTES, René. As paixões da alma. 1ª ed. São Paulo-SP: Martins Fontes, 1998.
⁴ LACLOS, As relações perigosas, 2012, carta 81.
REFERÊNCIAS
BORGES, Maria de Lourdes. Emoção, razão e ação em Kant. Studia kantiana, v.16, n.2, ago. 2018, p. 05-18, Disponível em: https://revistas.ufpr.br/studiakantiana/article/viewFile/89789/49413. Acesso em: 14/06/2025.
DESCARTES, René. As paixões da alma. 1ª ed. São Paulo-SP: Martins Fontes, 1998.
LACLOS, Choderlos de. As relações perigosas. 1ª ed. São Paulo-SP: Penguin Companhia das Letras, 2012.
KANT, Immanuel. Antropologia de um ponto de vista pragmático. 1ª ed. São Paulo-SP: Iluminuras, 2006.
Capa: Bill Viola, série The Passions, 2000–02